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A MULHER POR TRÁS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A falência da República

A falência da República

Categorias:

História, Monarquia, Política

por Sebastião Marques

Autor: Dr. Gastão Reis Rodrigues Pereira1

Publicado no JB – 31/03/1991 antes do plebiscito de 1993.

 Brasil: apesar de ser a nação mais rica em recursos naturais do mundo, adotou o pior sistema de governo da face da terra: a república presidencialista.

A monarquia foi o único sistema político da história brasileira capaz de preservar o interesse público. (G. R. R. P.)

“Já lhe ocorreu que um país pode não dar certo?”

Pergunta feita ao economista André Lara Resende pelo colega argentino Roberto Frankel.

A palavra república vem do latim, res publica. Ao pé da letra, significa coisa pública. Numa tradução mais substantiva, interesse público, ou ainda, bem comum. Talvez em função disto, sejamos levados a pensar na forma republicana de governo e na preservação do interesse público como expressões sinônimas. Esta é a primeira armadilha mental que temos que desarmar para analisar, sem preconceitos, a questão levantada pelo plebiscito de 1993 quanto à forma de governo: monarquia ou república. A segunda é fazer a defesa do regime republicano num plano puramente teórico e abstrato, deixando de levar em conta nossas tradições históricas e culturais. Sem essas precauções, a tendência é tomar como “óbvia” a opção a favor do regime republicano, reduzindo a questão a uma mera escolha entre parlamentarismo e presidencialismo, ou seja, ao sistema de governo.

A pergunta feita a André Lara Resende traz à baila, em última instância, o problema da não-preservação do interesse público em determinados países. De forma semelhante, o plebiscito de 1993 nos abre uma oportunidade histórica de discutir e tomar uma atitude face a esta questão não resolvida por nossa malfadada experiência republicana. Afinal, ostentarmos, após cem anos de República, a pior distribuição de renda do mundo é um fato-síntese mais do que representativo desse descaso pelo bem comum. A estagnação da renda real per capita na década passada é outro indicador, mais recente mas não menos constrangedor, do mesmo fenômeno. Mas ? brasileiro, profissão esperança ? não nos conformamos em não dar certo. Daí a perplexidade de Lara Resende ao pensar que este possa ser o caso.

A república: veja que símbolo mais verdadeiro: uma mulher seminua que se oferece para todos como uma prostituta. Os seios nus simboliza que a república é para os que gostam de mamata. A tocha sobre o livro significa que ela queima a lei. A república caminhando acima do povo significa que ela passa por cima de todos!

Quando um país reescreve sua constituição pela sétima vez ? e com ampla participação popular ? para chegar à conclusão, não muitos meses depois, que pontos fundamentais da carta permanecem insatisfatórios, ele deveria se perguntar o que está acontecendo. Indagar, no mínimo, se houve algum período de seu passado em que as instituições vigentes foram capazes de preservar o interesse público. E examinar, em caso afirmativo, que fatores teriam permitido que tal acontecesse. Podemos, com essa finalidade, distinguir dois grandes períodos de nossa história, marcados por profunda diferença no trato da res publica: a monarquia e a república.

Existem hoje sólidos estudos que comprovam ter sido nosso período monárquico independente a época em que atingimos o mais elevado índice de moralidade pública que o país jamais conheceu. Atribuir todos os méritos à figura de D. Pedro II é contar somente parte da história. É fazer tábua rasa dos sábios dispositivos de nossa carta imperial, uma engenhosa combinação de hábitos e costumes prevalecentes com os novos valores que sacudiam a Europa no início do século passado. Ela que, no julgamento abalizado e insuspeito de Afonso Arinos, foi a melhor constituição que o país já teve. Mas, afinal, o que a tornava tão especial?

A maneira mais reveladora de perceber a profundidade da obra de engenharia institucional produzida pelos autores do texto é analisá-la à luz de A sociedade aberta e seus inimigos, de Karl Popper. Mas não só isso. É fundamental levar em conta também o peso do direito baseado nos costumes. Em especial aquele estabelecido pelo compromisso solene de um príncipe (D. Pedro I) de aceitar o princípio da limitação do poder real? que frutificou e se ampliou em seus sucessores. Posto isto, é relativamente fácil compreender por que o Brasil foi institucionalmente um país bem resolvido no século XIX, mas não no século XX.

A “teoria” popperiana da democracia substitui a questão platônica do “Quem deve governar?” por outra muito mais prática e objetiva: “Como o Estado deve ser constituído para que maus governantes possam ser destituídos sem derramamento de sangue, sem violência?” Esta formulação torna mais fácil dar uma resposta definitiva à insatisfação dos povos, em diferentes épocas e lugares, com os maus governantes. Liquida, de saída, com respostas românticas do tipo: os melhores, os operários, os filósofos, etc. E sabiamente reconhece que maus governos podem ser engendrados por qualquer classe social. Em todos os tempos e povos, o ponto fundamental é que durem pouco.

Assim, dispor de instrumentos legais para destituí-los, eximindo a sociedade de arcar com intensos custos ? sociais, políticos, econômicos e mesmo culturais ?de mantê-los, deveria ser, segundo Popper, um imperativo do interesse público. Ele faz ainda uma crítica à representação proporcional, apontando o voto distrital, em um sistema bipartidário, como sendo o melhor arranjo institucional para que a sociedade possa responsabilizar e punir os maus políticos e suas políticas equivocadas. Os distritos eleitorais obrigariam os deputados a prestar contas mensalmente a seus eleitores de suas atividades no Congresso. Ainda que não nos pareça imprescindível, a existência de apenas dois partidos os levaria a um processo contínuo de autocrítica, pois não haveria como transferir responsabilidades a terceiros. Um arcabouço institucional desse tipo forneceria os incentivos corretos para a preservação do interesse público, ou seja, para que um país desse certo.

Como se encaixariam os dispositivos da carta imperial e a organização político-partidária do Império na moldura descrita acima? Bastante bem. Algumas pinceladas comporão o quadro.

O dispositivo mais importante, que respondia a questão maior levantada por Popper, era o que facultava ao Imperador, ouvido o Conselho de Estado, dissolver a Câmara dos Deputados, convocando imediatamente novas eleições. Este dispositivo funcionou a contento na prática, livrando o Brasil de impasses institucionais propícios ao surgimento de regimes de força, já tão comuns na América Hispânica do século XIX. Críticas que vêem nessa prerrogativa, derivada do poder moderador, uma concentração desmedida de poder nas mãos do Imperador, ignoram o papel insubstituível dos costumes no processo de consolidação de hábitos democráticos e responsáveis de exercício do poder. Este foi indiscutivelmente o grande mérito de Pedro II: estimular e normalmente acatar decisões amplamente debatidas pelos órgãos de representação do poder. Ao mesmo tempo, desfrutava constitucionalmente de uma posição que o colocava acima das paixões partidárias. Fazia questão de obedecer ao que ele denominava opinião nacional, que não era necessariamente a opinião apregoada como pública, pois era aquela que refletia os interesses de longo prazo do país.

Essa didática da negociação, orientada pela bússola do interesse público, permitiu ao Brasil, durante o século XIX, avançar consideravelmente em matéria de costumes políticos. Ela foi tão importante quanto ter uma constituição escrita. Alegar que se tratava de via de mão única, em que o Imperador magnanimamente atendia aos reclamos de seus súditos sem contrapressões populares, é ignorar que já houve em nossa História não apenas o dia do Fico, mas também o dia do Vai-te embora, quando D. Pedro I foi praticamente obrigado a abdicar. Afirmar, por outro lado, que D. Pedro II se substituía à opinião pública, que não teria voz, para fazer valer o interesse público, diz muito pouco a respeito dos hábitos e costumes da época. Pois encobre tanto a qualidade de nossa vida parlamentar quanto a vitalidade de nossa imprensa na segunda metade do século XIX. A primeira confirmada por visitantes estrangeiros ilustres que assistiram a sessões do parlamento do Império. A segunda reconhecida abertamente pelo historiador marxista, e portanto insuspeito, Leoncio Basbaum. A república é que nunca nos proporcionou meio século seguido de liberdade de imprensa, como houve sob o segundo reinado. Ademais, ao realizar a defesa intransigente do bem comum, Pedro II nada mais fazia do que obedecer, em sua essência, a vontade popular.

Mesmo as críticas feitas ao fato de os membros do Conselho de estado serem nomeados pelo Imperador esquecem que os permanentes eram vitalícios, o que lhes conferia independência de julgamento face ao próprio monarca. Não era só isso. A constituição os responsabilizava pelos conselhos dados ao Imperador que não fossem fiéis ao espírito de defesa do bem comum. Mais importante ainda: na prática, os conselheiros tinham, de fato, voz ativa nesse processo, em última instância, consensual. O próprio líder da oposição era membro do Conselho de estado, dando às decisões tomadas um caráter mais amplo, não apenas partidário, em que havia espaço para que governo e oposição não perdessem de vista o interesse público.

Restauração Monárquica: um dever para todos os brasileiros honestos.

Quanto à existência de certo artificialismo na mecânica de troca de gabinetes, em que o Imperador normalmente solicitava ao líder da oposição para formar novo governo, não devemos esquecer que acabou gerando equilíbrio. Mesmo que os procedimentos adotados não garantissem integralmente a lisura das eleições, o caminho para a democracia real estava sendo trilhado. De um lado, pela freqüência com que eram realizadas, aspecto este pouco lembrado em nossos manuais de história. De outro, pela alternância no poder dos dois partidos então existentes, o Liberal e o Conservador. Tanto isto foi fato que, ao final do Império, cada partido ficou cerca de 50% do tempo total no poder. Até mesmo a exigência, que se fazia naquela época, de um certo nível de renda anual para que o eleitor pudesse se qualificar como tal, ainda limitasse a participação eleitoral, teve o mérito de dificultar a compra de votos. Houve ainda, desde 1861, uma Comissão Permanente de Poderes encarregada de verificar a lisura do pleito, o que deixa claro a preocupação de aperfeiçoar o sistema eleitoral, que registrou progressos significativos ao longo do Império. A república, por sua vez, só cuidou de implantar a Justiça Eleitoral em 1934, às vésperas do Estado Novo…

Durante nosso período monárquico independente, a cobrança de responsabilidade às classes dirigentes não se restringia apenas ao Legislativo, que podia ser dissolvido, tendo os dois partidos então existentes que enfrentar novas eleições. Estendia-se ao Executivo que, na pessoa do Presidente do Conselho de Ministros, tinha de prestar contas regulares de seus atos ao Congresso e ao imperador. Ia, na verdade, mais além, englobando o Judiciário, cujos juizes, em casos de extrema gravidade, podiam ser suspensos de suas funções pelo Imperador e remetidos a julgamento na forma da Lei. É importante ter em mente que essas prerrogativas do Imperador não eram pessoais, mas sempre exercidas no âmbito do Conselho de Estado, vale dizer, refletiam as posições do Conselho e não raramente as do Imperador. Este último seria melhor caracterizado como uma espécie de “ombudsman”, um fiscal da opinião pública junto ao Governo. Havia, portanto, fiscalização permanente do poder em todas as suas esferas.

Cem anos depois, continuamos órfãos nas mãos de maus governantes, sem ter como fiscalizá-los e puni-los por seus desmandos. Somos apenas chamados a pagar a conta. Haja visto episódios atuais como salários de deputados no mesmo patamar e às vezes acima de seus congêneres americanos, cuja renda per capita é oito vezes maior que a nossa, ou, o caso, até hoje sem punição, dos quatro juizes que se concederam liminares mútuas para que pudessem movimentar seus recursos retidos pelo Plano Collor.

Como vemos, o arcabouço político-institucional do Império soube antecipar-se às preocupações de Karl Popper, realizando obra digna de justa admiração ainda hoje. Na verdade, foi além. Buscou fundar nos costumes a prática da fiscalização permanente dos atos dos governantes pelos governados. A cristalização desse processo foi interrompida pela proclamação da república, um retrocesso institucional, na medida em que nunca dispôs de instrumentos eficazes de fiscalização daqueles que detêm o poder. Ao longo do nosso século XIX, os direitos individuais de cidadania foram protegidos e paulatinamente ampliados sem chegar ao prodígio, como ocorre nos dias atuais, de quase obstruir na prática os mecanismos de punição estabelecidos pelas sociedades democráticas para fazer prevalecer o interesse coletivo sobre os corporativistas.

A essa altura, o leitor deve estar se perguntando se não seria possível fazer algo semelhante sob a forma republicana de governo. Em princípio, sim. Na prática, não.

A República no Brasil nasceu fazendo tábua rasa desses valores permanentes, sempre presentes nas experiências genuinamente democráticas. Nasceu fechando o Congresso, censurando a imprensa e, pior, restabelecendo um velho mau hábito, o de conspirar. Aquela terrível prática de buscar criar condições para vir a tomar decisões à revelia da comunidade. Não espanta, pois, que ditaduras e conspirações andem sempre juntas. Conspiradores podem até ser profissionais do ramo, mas a cultura da conspiração é e será sempre amadora. A razão é simples: como nas ditaduras, os interessados não são consultados, tendo que engolir fatos consumados. Mais cedo ou mais tarde, entretanto, a comunidade afetada acaba regurgitando o que lhe foi imposto à força.

O que ocorre hoje na União Soviética ilustra, independentemente do adjetivo do dia, a sina das ditaduras. Quando “dão certo” a curto prazo, não o dão a médio, mas se derem, certamente não funcionarão a longo prazo. A República brasileira foi um produto da cultura amadora da conspiração, vale dizer, da visão ditatorial positivista misturada aos traços autoritários de nossa formação histórica. Jogou para o alto uma tradição liberal e de negociação, que marcou o Império, para cair nos braços do arbítrio. O peso da participação militar, que praticamente prescindiu da elite civil e ? pior ? do próprio povo, reforçou em muito o caráter autoritário do movimento. Diferentemente do Império, em que as eleições eram freqüentes (em média, uma a cada dois anos) e que chegou a ter como eleitores cerca de 10% de uma população de 14 milhões de almas, a República, de saída e por quatro décadas, se esmerou nas eleições a bico-de-pena. Atas escritas na véspera das eleições, dispensando a apuração de votos, tornou possível o sistema de “contagem” de votos mais rápido de que se tem notícia na História: os vencedores já eram conhecidos na véspera!

Foram tais práticas de sistemático desrespeito à vontade popular que prepararam o caminho para o novo regime inaugurado em 1930. Já que o povo há muito não opinava e os instrumentos de defesa do interesse público tinham enferrujado, a ascensão de um ditador ao poder era quase uma decorrência lógica. Assim foi até 1945, período em que atingimos nosso mais baixo índice de cidadania: a imagem melancólica de um povo entregue à vontade de um só homem. A restauração democrática de 1946 infelizmente refletiu, mais do que seria desejável, um movimento que veio de fora para dentro: a derrota do fascismo. E tanto isto foi fato que, não muito depois, em 1964, os militares se instalaram fisicamente no poder até 1985. Durou vinte e um anos o novo período ditatorial. Terminou sepultando a pretensão quase secular de nossos militares em nos dizer como deveríamos ser como povo.

A progressiva exclusão do povo da arena política é, pois, obra da República. Coube a ela patrocinar um lento, mas visível, retrocesso institucional. Não se trata de saudosismo, mas de reconhecer que os valores que nortearam as instituições e costumes políticos de nosso século XIX ? liberdade de imprensa, expressão e pensamento, alternância dos partidos no poder, primado do poder civil, probidade na defesa do interesse público e cobrança de responsabilidade às classes dirigentes ? tinham características permanentes, que os tornam atuais ainda hoje.

Em nosso caso específico, os argumentos contra a volta a um regime parlamentarista monárquico não se sustentam. Tempo, tradição e liquidação da tutela militar resumem a constelação de fatores que desaconselha votar pela manutenção do regime republicano em 1993, até mesmo naqueles casos em que esta é a preferência inicial do eleitor. Afinal, mais importante do que a forma de governo de um país, é saber qual delas tem reais possibilidades de funcionar na prática. Já vimos que, no passado, nossas instituições monárquicas deram conta do recado. Vejamos, agora, por que têm futuro.

Todos nós brasileiros temos hoje clara consciência do grau de abastardamento a que chegaram nossos costumes políticos. São os próprios políticos que o admitem. O fator tempo assume, assim, importância vital. Mantida a República, a regeneração desses costumes, além de duvidosa, tomaria tempo excessivo. O grau de neutralidade de um presidente da república seria certamente muito inferior ao de um monarca, que poderia se dar ao luxo de ter compromisso apenas com a defesa do interesse público, sem se envolver em lutas partidárias. Este papel um rei ou imperador pode exercê-lo de imediato, na medida em que seus interesses privados se confundem com o interesse público. Mas décadas seriam necessárias até que nossos viciados costumes políticos permitissem desempenho semelhante por parte de um presidente da República num sistema parlamentarista republicano.

No Brasil, todas as ditaduras ocorreram no período republicano. Prova de que a república é inimiga das liberdades civis e da democracia. Além disso, a república é mãe de três males que arrasaram o séc. XX, a saber: socialismo, nazismo e fascismo. Enfim: a república é inimiga da liberdade.

Colocados frente à opção Monarquia ou república, existem aqueles que contra-argumentam com nossa suposta falta de tradição monárquica. Reatar-nos-ia apenas a tradição republicana e, portanto, a República, que poderia ser presidencialista ou parlamentarista. Passam por cima, com a tranquilidade que só o esquecimento permite, dos quatro séculos durante os quais este país foi uma monarquia. Não temos, sim, é tradição republicana, que mal completou um século de existência. A presença de reis, príncipes e princesas no inconsciente coletivo e nas festas populares não deveria ser vista pura e simplesmente como algum tipo de sublimação, mas também como reflexo de preferências recônditas da alma popular brasileira. José Murilo de Carvalho deixa isto muito claro em A formação das almas ? O imaginário da República: a incapacidade revelada pelo novo regime de conquistar a alma popular. Ademais, haveria algo mais ridículo do que menosprezar o povo inglês por suas preferências monárquicas? Ou mais insensato do que ignorar que essas mesmas preferências de vários povos europeus e do próprio povo japonês são plenamente compatíveis com as exigências do mundo moderno, a tal ponto que, dentre os 25 países mais ricos e democráticos do mundo, 18 são monarquias.

No Brasil, diga-se de passagem, nunca faltou à Monarquia entusiástico apoio popular, até mesmo em levantes regionais, com exceção de uns poucos, justamente aqueles em que o cheiro da caudilhagem era mais forte… O júbilo popular esteve presente à Aclamação de D. Pedro II, mesmo tendo ocorrido pouco depois do episódio traumático da abdicação de D. Pedro I.

Quanto à tutela militar, liquidá-la interessa, em primeiro lugar, ao povo brasileiro, mas também aos nossos militares, por mais estranha que possa parecer esta última afirmação à primeira vista. Hoje, nós e eles sabemos que resultou em muito arbítrio atribuir-lhes a função espúria de poder moderador. Na verdade, a proclamação da república nasceu de dois equívocos fatais com os quais qualquer povo que aspire à plena cidadania não pode transigir. O primeiro deles foi a petulância e indisciplina de um marechal do Império ao pôr abaixo pela força um governo eleito. O segundo foi o de implantar um novo regime passando por cima da vontade popular, indubitavelmente monarquista na época. O gesto do marechal Deodoro e de mais meia dúzia de militares exaltados abriu espaço a duas constantes perniciosas de nossa vida republicana: o golpismo e a tendência a tutelar a vontade popular. Esta última a tal ponto que até “revoluções” foram feitas antes que o povo as fizesse…

O drama histórico do golpismo é que ele atua contra os militares enquanto instituição. Na qualidade de golpistas, são e serão sempre militares de segunda grandeza, incapazes de conquistar o respeito de todos aqueles que prezam sua cidadania. Pior: chamam sobre si a responsabilidade pelos atos cometidos sem ter o respaldo de um governo legitimamente constituído. Paralelamente à solidez das instituições, esta parece ser uma das razões mais importantes por que os militares americanos fogem do golpismo como o diabo da cruz. Um exemplo ilustrativo diz tudo: como eximir de responsabilidade a elite civil americana pela guerra do Vietnam? A instituição militar como tal foi preservada no sentido de ter se mantido fiel à disciplina, à obediência às ordens recebidas de governantes legitimamente eleitos. A estes cabe, em última instância, a responsabilidade histórica pelos erros cometidos. A longo prazo, o golpismo cobra dos militares um preço muito elevado: põe em risco a própria instituição militar ao desvirtuá-la e abastardá-la. A tendência a tutelar a vontade popular, por sua ver, provocou a progressiva eliminação do espaço reservado à defesa do interesse público, com as conseqüências que hoje todos nós sentimos na própria pele.

A opção a favor do parlamentarismo monárquico, com voto distrital puro ou mesmo misto, nos livraria do vício republicano brasileiro de fugir aos mecanismos efetivos de cobrança de responsabilidade às classes dirigentes. A crise brasileira não será resolvida apenas fazendo do Congresso Nacional o fórum dos grandes debates e decisões nacionais. É fundamental que os representantes do povo ali presentes passem a prestar contas regulares de suas posições em plenário aos seus distritos eleitorais. E que enfrentem novas eleições quando o respaldo popular não for nítido. Pois restaurar o crédito público no Brasil de hoje não é meramente um problema econômico-financeiro. É muito mais amplo. Sem resgatá-lo em suas dimensões política, social e cultural, continuaremos à deriva

 1 Gastão Reis Rodrigues Pereira é Doutor em Economia Regional pela Universidade da Pensilvânia nos EUA. É escritor, jornalista e empresário especializado na formação de empreendedores. Atualmente é diretor-financeiro da Eletro Metalúrgica Universal Ltda. e diretor-sócio da Universal Incorporadora e Participação Ltda. É homem de notável cultura e senso prático. Clique aqui para conhecer mais da fascinante biografia do Dr. Gastão Reis Rodrigues Pereira.

FALÊNCIA DA REPÚBLICA

A falência da República

Categorias:

História, Monarquia, Política

por Sebastião Marques

Autor: Dr. Gastão Reis Rodrigues Pereira1

Publicado no JB – 31/03/1991 antes do plebiscito de 1993.

 Brasil: apesar de ser a nação mais rica em recursos naturais do mundo, adotou o pior sistema de governo da face da terra: a república presidencialista.

A monarquia foi o único sistema político da história brasileira capaz de preservar o interesse público. (G. R. R. P.)

“Já lhe ocorreu que um país pode não dar certo?”

Pergunta feita ao economista André Lara Resende pelo colega argentino Roberto Frankel.

A palavra república vem do latim, res publica. Ao pé da letra, significa coisa pública. Numa tradução mais substantiva, interesse público, ou ainda, bem comum. Talvez em função disto, sejamos levados a pensar na forma republicana de governo e na preservação do interesse público como expressões sinônimas. Esta é a primeira armadilha mental que temos que desarmar para analisar, sem preconceitos, a questão levantada pelo plebiscito de 1993 quanto à forma de governo: monarquia ou república. A segunda é fazer a defesa do regime republicano num plano puramente teórico e abstrato, deixando de levar em conta nossas tradições históricas e culturais. Sem essas precauções, a tendência é tomar como “óbvia” a opção a favor do regime republicano, reduzindo a questão a uma mera escolha entre parlamentarismo e presidencialismo, ou seja, ao sistema de governo.

A pergunta feita a André Lara Resende traz à baila, em última instância, o problema da não-preservação do interesse público em determinados países. De forma semelhante, o plebiscito de 1993 nos abre uma oportunidade histórica de discutir e tomar uma atitude face a esta questão não resolvida por nossa malfadada experiência republicana. Afinal, ostentarmos, após cem anos de República, a pior distribuição de renda do mundo é um fato-síntese mais do que representativo desse descaso pelo bem comum. A estagnação da renda real per capita na década passada é outro indicador, mais recente mas não menos constrangedor, do mesmo fenômeno. Mas ? brasileiro, profissão esperança ? não nos conformamos em não dar certo. Daí a perplexidade de Lara Resende ao pensar que este possa ser o caso.

A república: veja que símbolo mais verdadeiro: uma mulher seminua que se oferece para todos como uma prostituta. Os seios nus simboliza que a república é para os que gostam de mamata. A tocha sobre o livro significa que ela queima a lei. A república caminhando acima do povo significa que ela passa por cima de todos!

Quando um país reescreve sua constituição pela sétima vez ? e com ampla participação popular ? para chegar à conclusão, não muitos meses depois, que pontos fundamentais da carta permanecem insatisfatórios, ele deveria se perguntar o que está acontecendo. Indagar, no mínimo, se houve algum período de seu passado em que as instituições vigentes foram capazes de preservar o interesse público. E examinar, em caso afirmativo, que fatores teriam permitido que tal acontecesse. Podemos, com essa finalidade, distinguir dois grandes períodos de nossa história, marcados por profunda diferença no trato da res publica: a monarquia e a república.

Existem hoje sólidos estudos que comprovam ter sido nosso período monárquico independente a época em que atingimos o mais elevado índice de moralidade pública que o país jamais conheceu. Atribuir todos os méritos à figura de D. Pedro II é contar somente parte da história. É fazer tábua rasa dos sábios dispositivos de nossa carta imperial, uma engenhosa combinação de hábitos e costumes prevalecentes com os novos valores que sacudiam a Europa no início do século passado. Ela que, no julgamento abalizado e insuspeito de Afonso Arinos, foi a melhor constituição que o país já teve. Mas, afinal, o que a tornava tão especial?

A maneira mais reveladora de perceber a profundidade da obra de engenharia institucional produzida pelos autores do texto é analisá-la à luz de A sociedade aberta e seus inimigos, de Karl Popper. Mas não só isso. É fundamental levar em conta também o peso do direito baseado nos costumes. Em especial aquele estabelecido pelo compromisso solene de um príncipe (D. Pedro I) de aceitar o princípio da limitação do poder real? que frutificou e se ampliou em seus sucessores. Posto isto, é relativamente fácil compreender por que o Brasil foi institucionalmente um país bem resolvido no século XIX, mas não no século XX.

A “teoria” popperiana da democracia substitui a questão platônica do “Quem deve governar?” por outra muito mais prática e objetiva: “Como o Estado deve ser constituído para que maus governantes possam ser destituídos sem derramamento de sangue, sem violência?” Esta formulação torna mais fácil dar uma resposta definitiva à insatisfação dos povos, em diferentes épocas e lugares, com os maus governantes. Liquida, de saída, com respostas românticas do tipo: os melhores, os operários, os filósofos, etc. E sabiamente reconhece que maus governos podem ser engendrados por qualquer classe social. Em todos os tempos e povos, o ponto fundamental é que durem pouco.

Assim, dispor de instrumentos legais para destituí-los, eximindo a sociedade de arcar com intensos custos ? sociais, políticos, econômicos e mesmo culturais ?de mantê-los, deveria ser, segundo Popper, um imperativo do interesse público. Ele faz ainda uma crítica à representação proporcional, apontando o voto distrital, em um sistema bipartidário, como sendo o melhor arranjo institucional para que a sociedade possa responsabilizar e punir os maus políticos e suas políticas equivocadas. Os distritos eleitorais obrigariam os deputados a prestar contas mensalmente a seus eleitores de suas atividades no Congresso. Ainda que não nos pareça imprescindível, a existência de apenas dois partidos os levaria a um processo contínuo de autocrítica, pois não haveria como transferir responsabilidades a terceiros. Um arcabouço institucional desse tipo forneceria os incentivos corretos para a preservação do interesse público, ou seja, para que um país desse certo.

Como se encaixariam os dispositivos da carta imperial e a organização político-partidária do Império na moldura descrita acima? Bastante bem. Algumas pinceladas comporão o quadro.

O dispositivo mais importante, que respondia a questão maior levantada por Popper, era o que facultava ao Imperador, ouvido o Conselho de Estado, dissolver a Câmara dos Deputados, convocando imediatamente novas eleições. Este dispositivo funcionou a contento na prática, livrando o Brasil de impasses institucionais propícios ao surgimento de regimes de força, já tão comuns na América Hispânica do século XIX. Críticas que vêem nessa prerrogativa, derivada do poder moderador, uma concentração desmedida de poder nas mãos do Imperador, ignoram o papel insubstituível dos costumes no processo de consolidação de hábitos democráticos e responsáveis de exercício do poder. Este foi indiscutivelmente o grande mérito de Pedro II: estimular e normalmente acatar decisões amplamente debatidas pelos órgãos de representação do poder. Ao mesmo tempo, desfrutava constitucionalmente de uma posição que o colocava acima das paixões partidárias. Fazia questão de obedecer ao que ele denominava opinião nacional, que não era necessariamente a opinião apregoada como pública, pois era aquela que refletia os interesses de longo prazo do país.

Essa didática da negociação, orientada pela bússola do interesse público, permitiu ao Brasil, durante o século XIX, avançar consideravelmente em matéria de costumes políticos. Ela foi tão importante quanto ter uma constituição escrita. Alegar que se tratava de via de mão única, em que o Imperador magnanimamente atendia aos reclamos de seus súditos sem contrapressões populares, é ignorar que já houve em nossa História não apenas o dia do Fico, mas também o dia do Vai-te embora, quando D. Pedro I foi praticamente obrigado a abdicar. Afirmar, por outro lado, que D. Pedro II se substituía à opinião pública, que não teria voz, para fazer valer o interesse público, diz muito pouco a respeito dos hábitos e costumes da época. Pois encobre tanto a qualidade de nossa vida parlamentar quanto a vitalidade de nossa imprensa na segunda metade do século XIX. A primeira confirmada por visitantes estrangeiros ilustres que assistiram a sessões do parlamento do Império. A segunda reconhecida abertamente pelo historiador marxista, e portanto insuspeito, Leoncio Basbaum. A república é que nunca nos proporcionou meio século seguido de liberdade de imprensa, como houve sob o segundo reinado. Ademais, ao realizar a defesa intransigente do bem comum, Pedro II nada mais fazia do que obedecer, em sua essência, a vontade popular.

Mesmo as críticas feitas ao fato de os membros do Conselho de estado serem nomeados pelo Imperador esquecem que os permanentes eram vitalícios, o que lhes conferia independência de julgamento face ao próprio monarca. Não era só isso. A constituição os responsabilizava pelos conselhos dados ao Imperador que não fossem fiéis ao espírito de defesa do bem comum. Mais importante ainda: na prática, os conselheiros tinham, de fato, voz ativa nesse processo, em última instância, consensual. O próprio líder da oposição era membro do Conselho de estado, dando às decisões tomadas um caráter mais amplo, não apenas partidário, em que havia espaço para que governo e oposição não perdessem de vista o interesse público.

Restauração Monárquica: um dever para todos os brasileiros honestos.

Quanto à existência de certo artificialismo na mecânica de troca de gabinetes, em que o Imperador normalmente solicitava ao líder da oposição para formar novo governo, não devemos esquecer que acabou gerando equilíbrio. Mesmo que os procedimentos adotados não garantissem integralmente a lisura das eleições, o caminho para a democracia real estava sendo trilhado. De um lado, pela freqüência com que eram realizadas, aspecto este pouco lembrado em nossos manuais de história. De outro, pela alternância no poder dos dois partidos então existentes, o Liberal e o Conservador. Tanto isto foi fato que, ao final do Império, cada partido ficou cerca de 50% do tempo total no poder. Até mesmo a exigência, que se fazia naquela época, de um certo nível de renda anual para que o eleitor pudesse se qualificar como tal, ainda limitasse a participação eleitoral, teve o mérito de dificultar a compra de votos. Houve ainda, desde 1861, uma Comissão Permanente de Poderes encarregada de verificar a lisura do pleito, o que deixa claro a preocupação de aperfeiçoar o sistema eleitoral, que registrou progressos significativos ao longo do Império. A república, por sua vez, só cuidou de implantar a Justiça Eleitoral em 1934, às vésperas do Estado Novo…

Durante nosso período monárquico independente, a cobrança de responsabilidade às classes dirigentes não se restringia apenas ao Legislativo, que podia ser dissolvido, tendo os dois partidos então existentes que enfrentar novas eleições. Estendia-se ao Executivo que, na pessoa do Presidente do Conselho de Ministros, tinha de prestar contas regulares de seus atos ao Congresso e ao imperador. Ia, na verdade, mais além, englobando o Judiciário, cujos juizes, em casos de extrema gravidade, podiam ser suspensos de suas funções pelo Imperador e remetidos a julgamento na forma da Lei. É importante ter em mente que essas prerrogativas do Imperador não eram pessoais, mas sempre exercidas no âmbito do Conselho de Estado, vale dizer, refletiam as posições do Conselho e não raramente as do Imperador. Este último seria melhor caracterizado como uma espécie de “ombudsman”, um fiscal da opinião pública junto ao Governo. Havia, portanto, fiscalização permanente do poder em todas as suas esferas.

Cem anos depois, continuamos órfãos nas mãos de maus governantes, sem ter como fiscalizá-los e puni-los por seus desmandos. Somos apenas chamados a pagar a conta. Haja visto episódios atuais como salários de deputados no mesmo patamar e às vezes acima de seus congêneres americanos, cuja renda per capita é oito vezes maior que a nossa, ou, o caso, até hoje sem punição, dos quatro juizes que se concederam liminares mútuas para que pudessem movimentar seus recursos retidos pelo Plano Collor.

Como vemos, o arcabouço político-institucional do Império soube antecipar-se às preocupações de Karl Popper, realizando obra digna de justa admiração ainda hoje. Na verdade, foi além. Buscou fundar nos costumes a prática da fiscalização permanente dos atos dos governantes pelos governados. A cristalização desse processo foi interrompida pela proclamação da república, um retrocesso institucional, na medida em que nunca dispôs de instrumentos eficazes de fiscalização daqueles que detêm o poder. Ao longo do nosso século XIX, os direitos individuais de cidadania foram protegidos e paulatinamente ampliados sem chegar ao prodígio, como ocorre nos dias atuais, de quase obstruir na prática os mecanismos de punição estabelecidos pelas sociedades democráticas para fazer prevalecer o interesse coletivo sobre os corporativistas.

A essa altura, o leitor deve estar se perguntando se não seria possível fazer algo semelhante sob a forma republicana de governo. Em princípio, sim. Na prática, não.

A República no Brasil nasceu fazendo tábua rasa desses valores permanentes, sempre presentes nas experiências genuinamente democráticas. Nasceu fechando o Congresso, censurando a imprensa e, pior, restabelecendo um velho mau hábito, o de conspirar. Aquela terrível prática de buscar criar condições para vir a tomar decisões à revelia da comunidade. Não espanta, pois, que ditaduras e conspirações andem sempre juntas. Conspiradores podem até ser profissionais do ramo, mas a cultura da conspiração é e será sempre amadora. A razão é simples: como nas ditaduras, os interessados não são consultados, tendo que engolir fatos consumados. Mais cedo ou mais tarde, entretanto, a comunidade afetada acaba regurgitando o que lhe foi imposto à força.

O que ocorre hoje na União Soviética ilustra, independentemente do adjetivo do dia, a sina das ditaduras. Quando “dão certo” a curto prazo, não o dão a médio, mas se derem, certamente não funcionarão a longo prazo. A República brasileira foi um produto da cultura amadora da conspiração, vale dizer, da visão ditatorial positivista misturada aos traços autoritários de nossa formação histórica. Jogou para o alto uma tradição liberal e de negociação, que marcou o Império, para cair nos braços do arbítrio. O peso da participação militar, que praticamente prescindiu da elite civil e ? pior ? do próprio povo, reforçou em muito o caráter autoritário do movimento. Diferentemente do Império, em que as eleições eram freqüentes (em média, uma a cada dois anos) e que chegou a ter como eleitores cerca de 10% de uma população de 14 milhões de almas, a República, de saída e por quatro décadas, se esmerou nas eleições a bico-de-pena. Atas escritas na véspera das eleições, dispensando a apuração de votos, tornou possível o sistema de “contagem” de votos mais rápido de que se tem notícia na História: os vencedores já eram conhecidos na véspera!

Foram tais práticas de sistemático desrespeito à vontade popular que prepararam o caminho para o novo regime inaugurado em 1930. Já que o povo há muito não opinava e os instrumentos de defesa do interesse público tinham enferrujado, a ascensão de um ditador ao poder era quase uma decorrência lógica. Assim foi até 1945, período em que atingimos nosso mais baixo índice de cidadania: a imagem melancólica de um povo entregue à vontade de um só homem. A restauração democrática de 1946 infelizmente refletiu, mais do que seria desejável, um movimento que veio de fora para dentro: a derrota do fascismo. E tanto isto foi fato que, não muito depois, em 1964, os militares se instalaram fisicamente no poder até 1985. Durou vinte e um anos o novo período ditatorial. Terminou sepultando a pretensão quase secular de nossos militares em nos dizer como deveríamos ser como povo.

A progressiva exclusão do povo da arena política é, pois, obra da República. Coube a ela patrocinar um lento, mas visível, retrocesso institucional. Não se trata de saudosismo, mas de reconhecer que os valores que nortearam as instituições e costumes políticos de nosso século XIX ? liberdade de imprensa, expressão e pensamento, alternância dos partidos no poder, primado do poder civil, probidade na defesa do interesse público e cobrança de responsabilidade às classes dirigentes ? tinham características permanentes, que os tornam atuais ainda hoje.

Em nosso caso específico, os argumentos contra a volta a um regime parlamentarista monárquico não se sustentam. Tempo, tradição e liquidação da tutela militar resumem a constelação de fatores que desaconselha votar pela manutenção do regime republicano em 1993, até mesmo naqueles casos em que esta é a preferência inicial do eleitor. Afinal, mais importante do que a forma de governo de um país, é saber qual delas tem reais possibilidades de funcionar na prática. Já vimos que, no passado, nossas instituições monárquicas deram conta do recado. Vejamos, agora, por que têm futuro.

Todos nós brasileiros temos hoje clara consciência do grau de abastardamento a que chegaram nossos costumes políticos. São os próprios políticos que o admitem. O fator tempo assume, assim, importância vital. Mantida a República, a regeneração desses costumes, além de duvidosa, tomaria tempo excessivo. O grau de neutralidade de um presidente da república seria certamente muito inferior ao de um monarca, que poderia se dar ao luxo de ter compromisso apenas com a defesa do interesse público, sem se envolver em lutas partidárias. Este papel um rei ou imperador pode exercê-lo de imediato, na medida em que seus interesses privados se confundem com o interesse público. Mas décadas seriam necessárias até que nossos viciados costumes políticos permitissem desempenho semelhante por parte de um presidente da República num sistema parlamentarista republicano.

No Brasil, todas as ditaduras ocorreram no período republicano. Prova de que a república é inimiga das liberdades civis e da democracia. Além disso, a república é mãe de três males que arrasaram o séc. XX, a saber: socialismo, nazismo e fascismo. Enfim: a república é inimiga da liberdade.

Colocados frente à opção Monarquia ou república, existem aqueles que contra-argumentam com nossa suposta falta de tradição monárquica. Reatar-nos-ia apenas a tradição republicana e, portanto, a República, que poderia ser presidencialista ou parlamentarista. Passam por cima, com a tranquilidade que só o esquecimento permite, dos quatro séculos durante os quais este país foi uma monarquia. Não temos, sim, é tradição republicana, que mal completou um século de existência. A presença de reis, príncipes e princesas no inconsciente coletivo e nas festas populares não deveria ser vista pura e simplesmente como algum tipo de sublimação, mas também como reflexo de preferências recônditas da alma popular brasileira. José Murilo de Carvalho deixa isto muito claro em A formação das almas ? O imaginário da República: a incapacidade revelada pelo novo regime de conquistar a alma popular. Ademais, haveria algo mais ridículo do que menosprezar o povo inglês por suas preferências monárquicas? Ou mais insensato do que ignorar que essas mesmas preferências de vários povos europeus e do próprio povo japonês são plenamente compatíveis com as exigências do mundo moderno, a tal ponto que, dentre os 25 países mais ricos e democráticos do mundo, 18 são monarquias.

No Brasil, diga-se de passagem, nunca faltou à Monarquia entusiástico apoio popular, até mesmo em levantes regionais, com exceção de uns poucos, justamente aqueles em que o cheiro da caudilhagem era mais forte… O júbilo popular esteve presente à Aclamação de D. Pedro II, mesmo tendo ocorrido pouco depois do episódio traumático da abdicação de D. Pedro I.

Quanto à tutela militar, liquidá-la interessa, em primeiro lugar, ao povo brasileiro, mas também aos nossos militares, por mais estranha que possa parecer esta última afirmação à primeira vista. Hoje, nós e eles sabemos que resultou em muito arbítrio atribuir-lhes a função espúria de poder moderador. Na verdade, a proclamação da república nasceu de dois equívocos fatais com os quais qualquer povo que aspire à plena cidadania não pode transigir. O primeiro deles foi a petulância e indisciplina de um marechal do Império ao pôr abaixo pela força um governo eleito. O segundo foi o de implantar um novo regime passando por cima da vontade popular, indubitavelmente monarquista na época. O gesto do marechal Deodoro e de mais meia dúzia de militares exaltados abriu espaço a duas constantes perniciosas de nossa vida republicana: o golpismo e a tendência a tutelar a vontade popular. Esta última a tal ponto que até “revoluções” foram feitas antes que o povo as fizesse…

O drama histórico do golpismo é que ele atua contra os militares enquanto instituição. Na qualidade de golpistas, são e serão sempre militares de segunda grandeza, incapazes de conquistar o respeito de todos aqueles que prezam sua cidadania. Pior: chamam sobre si a responsabilidade pelos atos cometidos sem ter o respaldo de um governo legitimamente constituído. Paralelamente à solidez das instituições, esta parece ser uma das razões mais importantes por que os militares americanos fogem do golpismo como o diabo da cruz. Um exemplo ilustrativo diz tudo: como eximir de responsabilidade a elite civil americana pela guerra do Vietnam? A instituição militar como tal foi preservada no sentido de ter se mantido fiel à disciplina, à obediência às ordens recebidas de governantes legitimamente eleitos. A estes cabe, em última instância, a responsabilidade histórica pelos erros cometidos. A longo prazo, o golpismo cobra dos militares um preço muito elevado: põe em risco a própria instituição militar ao desvirtuá-la e abastardá-la. A tendência a tutelar a vontade popular, por sua ver, provocou a progressiva eliminação do espaço reservado à defesa do interesse público, com as conseqüências que hoje todos nós sentimos na própria pele.

A opção a favor do parlamentarismo monárquico, com voto distrital puro ou mesmo misto, nos livraria do vício republicano brasileiro de fugir aos mecanismos efetivos de cobrança de responsabilidade às classes dirigentes. A crise brasileira não será resolvida apenas fazendo do Congresso Nacional o fórum dos grandes debates e decisões nacionais. É fundamental que os representantes do povo ali presentes passem a prestar contas regulares de suas posições em plenário aos seus distritos eleitorais. E que enfrentem novas eleições quando o respaldo popular não for nítido. Pois restaurar o crédito público no Brasil de hoje não é meramente um problema econômico-financeiro. É muito mais amplo. Sem resgatá-lo em suas dimensões política, social e cultural, continuaremos à deriva

 1 Gastão Reis Rodrigues Pereira é Doutor em Economia Regional pela Universidade da Pensilvânia nos EUA. É escritor, jornalista e empresário especializado na formação de empreendedores. Atualmente é diretor-financeiro da Eletro Metalúrgica Universal Ltda. e diretor-sócio da Universal Incorporadora e Participação Ltda. É homem de notável cultura e senso prático. Clique aqui para conhecer mais da fascinante biografia do Dr. Gastão Reis Rodrigues Pereira.

HISTÓRIA NÃO CONTADA

MONARQUIA

A fama de Dom Bosco chegou ao Brasil onde a Princesa Isabel, herdeira do trono, defrontava-se com um sério problema. Ela estava determinada a abolir a escravidão, mas preocupava-se com o futuro dos escravos, depois de libertos.

A Princesa tinha uma visão muito lúcida desse problema. Compreendeu que somente a formação profissionalizante, novidade que Dom Bosco havia lançado no Norte da Itália, poderia ser adequada para assegurar, aos libertos do cativeiro, uma adequada inserção na sociedade brasileira.

A Princesa escreveu a Dom Bosco, pedindo que mandasse missionários para o Brasil e oferecendo-se para ajudar. Houve uma troca de cartas entre o Santo Italiano e a Princesa brasileira. E efetivamente, em 1881, chegaram no Brasil os primeiros missionários salesianos, instalando-se em Niterói, em terreno conseguido pela Princesa Isabel. Tinha assim início a grandiosa obra educadora e missionária dos salesianos no Brasil.

Infelizmente, a proclamação da República impediu a Princesa Isabel de realizar os grandiosos projetos que tinha concebido para seu reinado, no Brasil. E a Lei Áurea não teve o desenvolvimento natural, que seria a integração dos ex-escravos na sociedade brasileira, na posição de dignidade a que faziam jus. Infelizmente, a realização plena da obra redentora da Princesa foi abortada no fatídico dia 15 de novembro de 1889.

Acompanha esta e outras matérias da atualidade no Boletim Herdeiros do Porvir.

República: Conheça essa história.

MonarquiaPolítica

por Sebastião Marques

Bandeira da primeira república: cópia descarada da bandeira dos Estados Unidos.

Autor: Sebastião Fabiano Pinto Marques
São João del-Rei – MG

Marechal Deodoro da Fonseca aplicou um golpe militar contra a monarquia, prometendo “libertar” o Brasil do “autoritarismo”. Tão logo conquistou o poder, mergulhou o país em crise econômica grave; soltou as rédeas para a corrupção política e cumpriu a palavra premiando o país com a primeira ditadura da história brasileira.

O desastre econômico e social que ainda assola nossa pátria é consequência da traição do Marechal. Ele revelou, como primeiro presidente, o caráter “democrático” da república e, principalmente, como ela é capaz de destruir nações, sob o disfarce de belos discursos.

A Matadeira, peça de artilharia de grosso calibre, empregada pelo Exército Brasileiro em Canudos.

Dizendo proteger a “liberdade”, em 1897, a república massacrou 30.000 sertanejos indefesos em Canudos. Para tal, usaram mais de 10.000 soldados de 17 estados diferentes. Isso com direito a degolar os prisioneiros, e disparar a artilharia contra casebres de pau-a-pique. A cidade foi totalmente destruída e todos os habitantes, mortos.

O governo republicano patrocinou o genocídio porque suspeitou que o povo de Canudos queria restaurar a monarquia. Não se assuste com isso. Na república da “liberdade”, não se tolerava ter posições políticas diferentes, mesmo com apoio popular… Para manter “a ordem”, jornais monarquistas foram fechados e seus defensores, mortos. Um deles foi o jornalista Gentil José de Castro.

O recado foi claro: mesmo se o povo não quisesse, a república ficaria pela força das armas. Enquanto isso, a população amargou calada a violência e a hipocrisia de vários ditadores. Mas não ficou só nisso. Os meios de comunicação e as escolas foram forçados a exaltar os ideais republicanos e difamar o passado monárquico ainda presente no imaginário popular como tempos de avanço e democracia.

Foi preciso a morte da geração anterior para que o povo se acostumasse a aceitar o Brasil como país republicano. Novas pessoas nasceram acreditando que o sonho poderia dar certo. Mas não deu. Em 120anos, sofremos 9 golpes de estado e fomos obrigados a conviver com 13 constituições diferentes.

Atualmente, apesar da abertura democrática, vivemos o caos dramático da corrupção estatal e da falta de caráter dos homens públicos. Sanguessugas, vampiros, mensaleiros tornaram-se coisa comum na política. O povo nem se importa mais. Sabe, no íntimo, que não há como resolver a questão nas urnas. O sistema é cruel: não permite mudar o país através do voto. Aliás, o político que não se adaptar ao jogo, nem consegue ser escolhido nas prévias partidárias para ter a chance de se eleger…

O Presidente Luis Inácio Lula da Silva está aí para não me deixar mentir. Prometeu por décadas defender certos ideais. Depois de eleito, esqueceu dos discursos e esforçou-se para continuar a política da administração anterior. Não nego, ele tem seus méritos, criou o Bolsa Escola: uma forma legal e inteligente de comprar votos. Também é o homem que mais afirma não saber de nada…

Está na hora de acordamos: a república fracassou. Porém, não precisamos ter medo. Não é necessário apelar para outra ditadura. O Brasil tem passado glorioso, basta ver como as coisas andavam antes de 1889, quando o país era monárquico.

À medida que os historiadores pesquisam nosso passado imperial, espantam-se por descobrir como éramos um país forte e equiparado aos do primeiro mundo. Isso nos três sentidos: democracia, economia e defesa nacional. Parece espantoso, mas não é. Basta lembrar que até 1988 era crime defender politicamente a monarquia. A simples menção de um fato glorioso atribuído ao império, mesmo com respaldo documental, poderia ser tachada de subversiva e levar o autor à morte ou ao xilindró. Quando tinha mais sorte, o livro só não era publicado.

Atualmente isso mudou. Os fatos históricos aparecem diariamente e, com eles, mais pessoas que apóiam a monarquia no país inteiro. O movimento cresce e os monarquistas se organizam sob a liderança de Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil e legítimo herdeiro de Dom Pedro II, o último Imperador.

Qual o porquê disso? Saudosismo? Não. O Brasileiro descobriu a receita que faz um bom governante: o interesse pessoal. Ninguém age sem motivo. Numa república, se o presidente não for altruísta, corre o risco de abusar do poder para enriquecer-se à custa da miséria popular. O cargo de presidente exige gente honesta e disposta a renunciar a si mesmo em benefício dos outros. Alô! Isso aqui é o planeta Terra, não é o céu! Aqui é normal buscar o próprio interesse. Pensar que todos são como Jesus Cristo revela muita ingenuidade e imprudência.

Diferentemente de um presidente, o monarca não precisa ser santo para governar o país. Milagre? Não! É a lei do interesse pessoal funcionando em benefício do Brasil. Sem-terra, sem-teto, pobres e doentes representam pouco tributo recolhido para muito dinheiro gasto. As estatísticas provam: povo educado e saudável produz mais e, conseqüentemente, paga mais imposto. Isso é bom para o monarca que aumenta seu poder e popularidade. Também é bom para o país que ganha uma população mais educada, rica e trabalhadora.

Há outras vantagens na monarquia: o imperador tem interesse direto em eliminar a corrupção. Afinal, não é o dinheiro dos outros que está sendo roubado, mas o do Estado. Furtos aí deteriora o poder do monarca e, conseqüentemente, impede-o de realizar investimentos sociais e estruturais para a nação. Enfim, a corrupção prejudica o rei. Por isso, ele esforça-se em combatê-la pessoalmente. O planejamento em longo prazo também é incentivado. Diferentemente das repúblicas, o monarca não precisa vender a alma para garantir sucesso na eleição. O Rei não tem partido.

Ademais, o monarca deixará o país de herança para seus descendentes. E esses não lucram com isso se a nação estiver em crise e o povo morrendo nas filas dos hospitais… Nas monarquias não há o péssimo hábito de deixar obras públicas inacabadas. Quando isso acontece, quem paga é o próprio rei. Já na república, quando os governantes saqueiam os cofres públicos para financiar eleições ou favorecer colaboradores, quem sofre é o povo.

O sistema monárquico também é mais barato. Nele a população só mantém uma família: a real. Na república, o povo sustenta o presidente e todos os ex-presidentes, mesmo que esses só tenham governado um mandato. Aliás, é possível comprar eleições. Entretanto, o dinheiro não é capaz de alterar a sucessão hereditária. Quem não for do sangue, está fora. Isso protege o país contra os grandes grupos econômicos que literalmente compram os candidatos. Essa é outra vantagem: o rei não está à venda.

Interesse é a alma do negócio. Por isso a monarquia tem sido escolhida por muitos como opção viável para o Brasil. O monarca quando busca o próprio bem, favorece a população. Não tem mágica. Para arrecadar mais impostos e gastar menos, deve-se promover crescimento econômico e melhorias sociais. Se o país quebrar, é a cabeça do Rei que rola no cadafalso. Já numa república, o presidente não pode ser punido por administrar mal. No máximo, não é reeleito. Fernando Henrique esqueceu-se de investir em energia elétrica. Quem pagou a conta? Nós. Ele está de consciência limpa e feliz recebendo salário de ex-presidente, auxiliado por mais 4 assessores, carro oficial e gasolina. Tudo isso também pago por nós…

O monarca sabe: para as empresas crescerem, elas precisam de sistema de transporte bom e barato. Claro, povo educado e criativo é indispensável para fazer a máquina andar. Há outros incentivos como sistema tributário simples e segurança pública. Traficante fechando o comércio não contribui para o aumento da arrecadação de impostos, nem para diminuição de despesas com o sistema judiciário repressivo. O mesmo se diz das complicações legais: para o rei é vantajoso que o empresário dedique-se mais ao negócio ao invés de perder tempo e ânimo diante de labirintos tributários e burocracias imbecis. Por quê? Simples: o sucesso do empresário reflete-se no aumento da arrecadação e dos postos de trabalho. Quem trabalha, ganha dinheiro. Quem tem dinheiro, não compra barraco em zona de risco. Compra lote com água, luz, esgoto e asfalto. Não precisa ser adivinho para ver que esse comportamento poupa dinheiro estatal com saneamento básico e urbanização.

A lógica é simples: o rei investe no social porque dá retorno garantido em longo prazo. E aí se tem outra vantagem sobre a república. O monarca interessa-se em facilitar as coisas para seus descendentes, assim como cada um de nós tem o instinto natural de investir em nossos filhos para que sejam pessoas melhores no futuro. Numa república, o presidente é desmotivado a deixar a casa em ordem para o outro, ainda mais se for de partido de oposição.

Os empresários não são bobos, querem ganhar dinheiro. O povo também não é idiota, quer liberdade e conforto. Por isso, o movimento monárquico aumenta todos os dias. O monarca tem motivos para fazer o que promete. Já a república, só conta história…

MAÇONARIA, IMPÉRIO E GOLPE DE ESTADO

MAÇONARIA, IMPÉRIO E GOLPE DE ESTADO

Antes do  primeiro Golpe de Estado da república no Brasil, até mesmo antes da Independência do Pais, no Brasil Colônia de Portugal, houve quatro tentativa malogradas de movimento republicano regionais, que contaram com os maçons brasileiros.

primeira tentativa – Surgido em Vila Rica foi a Inconfidência Mineira em 1.789. Inspirada na Revolução Francesa, era liderada por uma elite intelectual  dos estudantes mineiros que estudavam em universidades europeia e que tinha iniciado na Maçonaria francesa e desejavam a emancipação de sua terra natal. Os principais elementos mais importantes eram: José Alvares Maciel, José Joaquim da Maia, Domingos Vital Barbosa.

Na Colônia, militares e sacerdotes participaram das ideias libertarias da Maçonaria e aderiram o movimento. Podem ser citados:  Claudio Manoel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto,  Tomás Antônio Gonzaga, Cônego Luís Vieira, Padre Rolin, Padre Carlos Toledo, Tenente coronel Freire de Andrade, Sargento mor Luiz Piza e o Alferes  Joaquim José da Silva Xavier. Apelidado e Tiradentes. Em sua bandeira continha um triângulo equilátero, um dos máximos símbolos maçônico. Discutiam secretamente a implantação de uma república mineira. Os inconfidentes foram presos, por traição, e o movimento termina.

Segunda tentativa – A Revolução Pernambucana em 1817. Liderada pelo maçom Domingos José Martins, que visava implantar república na província de Pernambuco. No dia 20 de março do mesmo ano os rebeldes foram derrotados e presos por traição.

Terceira tentativa – Confederação do Equador já com o Brasil independente. O líder dessa reação foi o propagandista dos ideais republicanos, professor de Filosofia, Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca, popular Frei Caneca. A revolução rompeu com o Império recém-implantado, proclamou-se a república chamada Confederação do Equador. O movimento alastrou-se para as província vizinhas, com o apoio das lojas e dos maçons da região.

A revolução foi prontamente tomada pelas forças do nascente Império brasileiro. O presidente do movimento, o maçom Manoel de Carvalho Pais de Andrade, fugiu para os Estados Unidos, ajudado pelos filhos da viúva (maçons). Os demais líderes foram todos presos e enforcados.

Quarta tentativa – Em 1835 – República Piratini ou república Farroupilha. Teve como seu líder máximo o maçom Bento Gonçalves da Silva. As sociedades maçônicas floresciam, então. A maçonaria contava com muita força. Nela estavam presentes até sacerdotes. A maioria dos homens influentes da província eram maçons.

Em 1829 os maçons se reuniam em sociedade secreta, “Amigos Unidos”, do Rio de Janeiro, cujo objetivo era lutar contra o Regime Monárquico. Os combates duraram até praticamente 1840, com os rebeldes, usando a partir de então, tática de guerrilha contra as forças Imperiais. Na Batalha de Fanfa, contudo, Bento Gonçalves foi preso e confinado no Forte do Mar, de onde fugiu misteriosamente com auxilio da maçonaria baiana.

O levante que levou ao Golpe de Estado foi um movimento preparado pelas elites militares maçons, Ministros de Estado do Império maçons e Senhores de escravos, um ano e pouco após a Lei Aurea que aboliu a escravidão no Brasil. Não teve o mínimo respaldo popular. Tanto que um historiador brasileiro chegou a afirmar que o “povo assistiu bestificado ao levante republicano”.

Marechal Deodoro autonomeou-se Chefe do Governo Provisório com o Ministério totalmente maçônico e filiado ao Grande Oriente do Brasil. Um mês e pouco depois, Deodoro da Fonseca foi nomeado Grão Mestre na maçonaria. Até hoje nosso Brasil continua sendo governado pelos maçons.

Fonte: Monografias Maçônicas

Pelo Vem. Irmão do Grau 33, William Almeida de Carvalho

Monteiro Lobato 1918

Desde 1889 se discute a mesma coisa. A corrupção não pertence ao político, muito menos ao povo. Trata-se de uma forma de governo perversa que nos leva a corrupção.

A Falta de separação entre Estado e Governo prejudica seriamente as instituições Democráticas no Brasil. Quem deveria garantir a democracia, os órgãos de Estado, freqüentemente a sacrifica em prol dos interesses de governo.

Logo, se quisermos que o Brasil se torne um país sério, é indispensável separar o Estado do Governo. Para tanto podemos optar pela Monarquia Constitucional  Parlamentar. “Segundo as estatísticas recentes, ela é mais eficiente na administração de um país por ser melhor prestadora de serviços públicos, democráticos e eficazes no combate à corrupção, além de barata para o contribuinte.”

Nada elucida melhor o assunto quanto a serem outros tempos e outra gente, do que aqui inserir um Trecho do artigo publicado em 1918 e de autoria de Monteiro Lobato, intitulado D. Pedro II.

…”O fato de existir na cúspide da sociedade um símbolo vivo e ativo da Honestidade, no Equilíbrio, da Moderação, da Honra e do dever, bastava para inocular no país em formação, o vírus das melhores virtudes cívicas. O Juiz era honesto, se não por injunções da própria consciência, pela presença da Honestidade no trono. O político visava o bem público, se não por determinismos pessoais, pela influência catalítica da virtude Imperial, As respiravam, a oposição possibilizava-se: O Chefe  Permanente das Oposições, estava no Trono. A justiça era um fato: havia no Trono um juiz supremo, incorruptível. O peculatário, o defraudador, o político negocista, o juiz venal, o soldado covarde, o funcionário relapso, o mau cidadão, enfim, e mau por força de pendores congeniais, passava muitas vezes a vida inteira sem incidir num só deslize. A natureza o propelia ao crime, ao abuso, à extorsão, à violência, à iniqüidade mas sofreava as rédeas aos maus instintos, à simples presença da Equidade e da Justiça no trono.

Ignorávamos tudo isso na Monarquia.

FOI PRECISO QUE VIESSE A REPÚBLICA, E QUE ALIJASSE DO TRONO A FORÇA CATALÍTICA, PARA PATENTEAR-SE BEM CLARO O CURIOSO FENÔNIMO.

A mesma gente, – o mesmo juiz, o mesmo político, o mesmo soldado, o mesmo funcionário – até 15 de novembro, honesto, bem intencionado, bravo e cumpridor dos deveres, percebendo a ausência do Imperial Freio, desaçamaram a alcatéia dos maus instintos mantidos em quarentena. Daí o contraste dia a dia mais frisamente entre a vida nacional sob D. Pedro II e a vida nacional sob a curul republicana.

D Pedro II era a luz do baile.

Muita harmonia, respeito às damas, polidez de maneiras, jóias d’arte sobre os consolos, dando o conjunto, uma impressão genérica de apuradíssima cultura social.

Extingue-se a luz. As senhoras sentem-se logo apalpadas, trocam-se tabefes, ouvem-se palavreados de tarimba, desaparecem as jóias.

Como, se era a mesma gente!!!

Mas gente em formação, com virtudes cívicas e morais em início de cristalização.

Mais um século de luz acesa, mais um século de catálise imperial, e o processo cristalizatório se operaria completo…

Consolidar-se-iam os costumes, enfibrar-se-ia o caráter. E do mau material humano com que nos formamos, sairia, pela criação duma segunda natureza, um povo capaz de ombrear-se com os mais apurados em cultura e civilização.

“Para esta obra moderadora, organizadora, cristalizadora, nenhuma forma de governo melhor do quê a Monarquia…”


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Francisco Silvino Teixeira

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Pedro II do Brasil

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Em 1871, a Imperatriz Teresa Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa abolicionista, deixando a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano A Lei do Ventre Livre entrou em vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona Isabel.

O bairro mais caro do Rio de Janeiro, o Leblon, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel.

José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada “A Guarda Negra”. Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre , a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.

A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos imóveis da família.

D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.

O Parlamento sempre negava o projeto de lei, pois muitos tinham influências diretas ou indiretas com os grandes cafeicultores escravocratas.

Se tratando de uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL PARLAMENTARISTA, o imperador não tinha o poder para decretar leis sem aprovação da maioria do parlamento.

Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.

Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.

Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista.

Pedro II criou uma cota para negros alforriados ingressarem no Colégio Pedro II e nas Faculdades.

Essa cota não foi aprovada pelo parlamento, porém Pedro II tirou de seus próprios proventos a garantia da cota.

No período de 1872 e 1889 centenas de ex-cativos se tornaram médicos, advogados, engenheiros… Graças a chamada “bolsa do imperador”.

“Estudos do IHGB e FGV entre 1992 e 2010, concluíram que se o reinado de Pedro II ou a continuação de seus planos por sua filha Princesa Isabel tivessem mais 15 anos de duração, 67% das favelas e por consequência 43% da violência e tráfico de drogas não existiriam na cidade do Rio de Janeiro e provavelmente em outras grandes metrópoles como São Paulo que emergiam na época.”

FONTE: Biblioteca Nacional RJ ( Acervo Teresa Cristina ) , Arquivo Nacional RJ , UNESCO , Livro Os Bestializados de José Murilo de Carvalho 1987 e Livro As Barbas do Imperador de Lilian Moritz Schwarcz 1998

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© EQUIPE PEDRO II DO BRASIL

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ESTE TEXTO É TUDO QUE OS BRASILEIROS PRECISAM SABER!

Acho que esse texto que recebi por WhatsApp, explica muito bem aquém, serve e quem se serve da REPÚBLICA, certamente não é o povo. CHEGA DE RE-PUBLICA.

“*Olha que texto redondo…*

Como fugir dessa armadilha???

*- Professor, o que é mais importante, o povo ou a constituição?*

– Ora, o povo! A constituição é apenas a materialização da sua vontade.

*- E quem escreve a constituição?*

– Os representantes do povo.

*- E quem cuida da constituição?*

– A mais alta corte do Judiciário.

*- E o povo pode mudar a constituição?*

– Só por meio dos seus representantes.

*- E se esses representantes não quiserem mudar?*

– Aí não pode mudar.

*- A mais alta corte pode mudar a constituição?*

– Não, só podem cumprir a constituição.

*- E cumprem?*

– Não.

*- E o que fazer?*

– Bem, aí os representantes podem tirar os ministros da mais alta corte dos seus cargos.

*- E tiram?*

– Também não.

*- Mas o que fazer já que os representantes não tiram?*

– Aí você tira os representantes nas eleições.

*- Todos os representantes podem ser tirados?*

– Na verdade não. Pois dos 513 congressistas apenas 27 chegaram lá pelo voto.

*- Como assim?*

– Por causa das leis eleitorais como coligação partidária, proporcionalidade, etc.

*- E quem fez essas leis?*

– Eles mesmos, para não dependerem das eleições.

*- E por que não querem depender das eleições?*

– Porque são quase todos bandidos e ninguém votaria neles.

*- E como fazem para entrar?*

– Pagam para alguém famoso concorrer. Esse famoso consegue muitos votos e eles são automaticamente puxados e “eleitos” de mentirinha.

*- Mas aí eles não irão trabalhar pelo país, apenas para eles mesmos.*

– Essa é a ideia.

*- E quem determina os seus salários?*

– Eles mesmos.

*- Quem determina seus aumentos de salários?*

– Também eles.

*- Sério? O que mais eles determinam, quais outras vantagens têm?*

– Ah, bilhões do fundo eleitoral, bilhões do TSE, bilhões em verbas de gabinete, emendas parlamentares, comissões, benefícios, venda de tempo de propaganda a outros partidos, lobby, propinas, desvios, porcentagens em contratos bilionários, casas, carros, luxos, bebidas, médicos, dentistas, massagistas, etc.

*- Bem, já que não posso tirá-los, posso ao menos reclamar na mais alta corte do Judiciário?*

– Pode, mas não adianta. Porque além de não fazerem as leis, essa corte vive num luxo ainda maior que o dos falsos representantes. E esta corte precisa deles para garantir seus luxos, todos os seus infinitos privilégios e altos salários. Em troca a corte protege estes falsos representantes jamais julgando seus inúmeros crimes. Além disso, estes ministros são sabatinados e aprovados por estes representantes corruptos que por sua vez só aprovam ministros igualmente corruptos que aceitem “trocar favores”.

*- E o executivo pode tirar estes representantes?*

– Não. Mas o executivo pode ser tirado por eles.

*- E o executivo pode tirar esses ministros da alta corte?*

– Também não, mas pode ser incriminado por eles.

*- Bem, se os representantes do povo não representam o povo, a mais alta corte é sua cúmplice e o executivo pode se tornar refém de ambos, podendo até mesmo nem conseguir governar, o que dá para fazer?*

– Nada. Não há o que fazer.

*- Como assim, deve existir algo que possa ser feito!*

– Não. É só se conformar, obedecer às leis, dar 6 meses do que você ganha para pagar todo o luxo desses vagabundos e ficar quieto.

*- Ficar quieto?*

– Sim, para não ser preso.

*- Mas isso não é justo! Toda a população sofre horrores há décadas porque foi completamente escravizada por milhões desses bandidos que vivem no luxo, trabalham muito pouco e pretendem ser eternamente sustentados pelo sangue e suor da população!*

– É exatamente isso. Você pegou a ideia. E não há nada que se possa fazer.

*- E a única opção seria o que, o comunismo?*

– Vejo que você ainda não entendeu direito. Isso é o comunismo. A única diferença é que em países pequenos e com poucas riquezas naturais toda a população se torna rapidamente miserável. Mas como o Brasil é um dos países mais ricos do mundo nas mais diversas formas de recursos naturais as pessoas acreditam que não somos um país comunista. Mas somos.

*- E aqueles que se dizem comunistas, são o que?*

– Alguns são meros fantoches estúpidos e inconscientes, outros são cúmplices corruptos dos parasitas.

*- Mmmm!*

– A ideia era dar a impressão para a população que eram dois grupos, para fingir uma disputa, entende?

*- Claro.*

– Um grupo fingia ser de direita e o outro de esquerda. Mas na verdade ambos eram ladrões e cúmplices na implantação do comunismo no país. E a velha concepção de que o poder é como um violino..

*- Violino?*

– Sim, segura com a esquerda e toca com a direita.

*- Ahh! Igual a nossa mídia! Os patrões sempre “de direita”, mas sempre contratando apenas jornalistas “de esquerda”.*

– Exatamente!

*- Meu Deus, mas que inferno! É um verdadeiro pesadelo viver num país assim. Tem certeza de que não existe nenhuma outra saída!*

*”EXISTE, MAS VOCÊ APOIARIA?”*

— Maurício Erthal

☝️leiam com atenção, e repensem seu País. Quer uma dica sobre qual mudança????

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SALVE O IMPÉRIO…:

Escritor Jurista Ruy Barbosa

Ruy Barbosa

Escritor, Jurista e Político

● “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto… Essa foi a obra da República nos últimos anos.

● Palavras de um dos Traidores da Pátria que após a tragédia do Golpe de Estado de 15 de novembro de 1889, vendo a grande lambança na primeira Ditadura Republicana da História do Brasil que ingenuamente ajudou consumar… Arrependido, percebeu tardiamente as virtudes da Democracia da Monarquia Parlamentar (Constitucional) do Império do Brasil que desprezou, quando se deu conta que havia substituído e reduzido o Respeitado Império que ombreava com as outras três potências do planeta, à um país ditatorial de terceira categoria. Pelas suas discordâncias em relação ao Regime Militar que de certa forma participou da sua construção… Se exilou na Inglaterra (País Monárquico até hoje).

● Oportunista de plantão se tornou Republicano de última hora. Junto aos Traidores da Pátria com um Golpe derrubam a Monarquia Constitucional Parlamentar Representativa Imperial Brasileira. Arrependido voltou a ser Monarquista, fazendo questão de ir a Paris pedir desculpas ao Imperador exilado D. Pedro II, um ano antes da sua morte lhe fala: “Majestade, me perdoe, eu não sabia que República era isso” – tamanha sua decepção com o estado do país após a proclamação da República.

Transcrevo:

● Muitas pessoas que nunca leram completamente a página de Ruy Barbosa, na qual ele afirma “desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”, desconhecem a história toda em torno de suas colocações. Monarquista, Ruy, às vésperas da proclamação da república bandeou-se, como muitos, em favor desta inglória causa e depois arrependeu-se. Suas colocações dizem respeito exatamente às suas frustrações com o novo regime de governo, em seguida à deposição do imperador D. Pedro II. ➤ Divulgar este texto é uma tarefa dos monarquistas de nossos dias. Mas que seja em sua íntegra, tal como aqui se apresenta. Eis o que nos expõe seu autor:

● “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto… Essa foi a obra da República nos últimos anos.

● No outro regime (Monarquia) o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhes estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.

● Na República os tarados são os tarudos. Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando. Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.

● E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem…

” (Ruy Barbosa – Discursos Parlamentares – Obras Completas Vol. XLI – 1914 – TOMO III – pág. 86/87)

MONARQUIA JÁ

“Tentar inutilmente juntar os corroídos cacos das degradadas estruturas políticas comprometidas com o crime, imersas no lodo das profundezas desse oceano de imundícies, que contamina aliciando sem distinção todas as esferas da sociedade, pelos vícios da mentira, politicagem demagoga, promiscuidade parlamentar, corrupção, incompetência… Adoção do nepotismo em detrimento da meritocracia… Pela predadora impiedosa lobotomia doutrinária ideológica; sem que haja uma mudança radical da Forma de Governo, simplesmente na ilusão, que basta pela 7ª vez ressuscitar a carcaça podre do cadáver republicano que jamais conduziu o país a lugar algum!… Não passará de um investimento no continuísmo, num novo nada – onde serão feitas as mesmas coisas numa 7ª República Salvadora da Pátria, ingenuamente esperando-se finalmente desta vez resultados diferentes…” 04/01/2012 – Emanuel Nunes da Silva

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